Um momento importante de evolução profissional feminina ficou marcado nesta segunda-feira, 16, no auditório do Instituto Federal do Acre (Ifac), localizado na Via Chico Mendes, em Rio Branco. Concludentes do Curso de Formação Inicial e Continuada de Microempreendedor Individual, oferecido pelo programa Mulheres Mil, do governo federal, 86 cidadãs de várias idades foram certificadas.

A ação foi executada pelo Instituto Federal do Acre (Ifac), com apoio do governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), que articulou a cessão de espaços em escolas da rede pública estadual para a realização dos cursos, bem como na atração de participantes e no acompanhamento da formação.

Com carga de 160 horas, a formação teve início em 10 de março, nos bairros Cidade do Povo, Sobral e Calafate, o que permitiu o fácil acesso do público-alvo.

Representando a vice-governadora e titular da SEASDH, Mailza Assis, a secretária adjunta Amanda Vasconcelos parabenizou a formação das alunas e salientou às participantes: “Vocês enfrentaram 40 dias de curso, se dedicaram e entregaram o melhor de si para construir um novo caminho, o caminho da autonomia, da liberdade e da realização de sonhos. A gente sabe que não foi fácil. Sabemos das batalhas diárias, das dificuldades pessoais, familiares, financeiras. Mas vocês venceram. Estão aqui, e isso é gigante”.

O reitor do Ifac, Fábio Storch, ressaltou que, de 90 alunas que iniciaram o curso, 86 concluíram a formação, representando uma evasão de apenas 6%. O gestor também agradeceu a parceria do governo do Estado, que ajudou a tornar a conquista possível, e incentivou as concludentes a investirem no autoaperfeiçoamento. “Assim como temos exemplos incríveis de ex-alunas do programa Mulheres Mil aqui no Ifac, que deram o passo inicial e hoje são alunas dos nossos cursos de graduação, queremos muito ver vocês também trilhando o caminho da educação superior, seja no Ifac ou onde essas oportunidades surgirem”, disse.

A secretária de Estado da Mulher, Márdhia El-Shawwa, também esteve presente e aproveitou para alertar sobre o combate à violência contra a mulher e a importância de denunciar. “Se você estiver passando por qualquer tipo de violência, física, psicológica, moral, sexual, patrimonial, não se cale.
Peça ajuda. Não tenha medo, não tenha vergonha. A culpa nunca é da vítima, jamais. Se alguém está te ameaçando, leve a sério”, reforçou.

Representante da turma do bairro Sobral, Ana Cláudia Félix destacou a força das mulheres que participaram da capacitação. “A palavra que define tudo hoje é gratidão, pela oportunidade que nos foi dada, de participar desse curso. Aprendemos muito e, mais do que aprender, descobrimos o quanto somos mulheres empoderadas, com força, com garra e com a capacidade de crescer e transformar nossas histórias”, observou.

Já Francisca Débora Pereira relatou que o curso forneceu ferramentas, conhecimento e, acima de tudo, confiança. “Cada uma de nós chegou até aqui com uma história, com sonhos, com desafios. Muitas vezes tivemos que conciliar os estudos com o trabalho, a casa, a família, a correria do dia a dia. Mas em nenhum momento deixamos de acreditar que podíamos ir além”, lembrou.

“Ser microempreendedor não é fácil.
Exige coragem, dedicação e, acima de tudo, muita vontade de aprender”, apontou Elaine da Silva, que realizou o curso na Escola Heitor Maria Turrini, na Cidade do Povo.

Melhorando a vida de centenas de mulheres

O programa Mulheres Mil é uma iniciativa do Ministério da Educação voltada à formação profissional e tecnológica de mulheres em situação de vulnerabilidade social. Criado inicialmente em 2007 como piloto e, a partir de 2011, expandido nacionalmente, promove a inclusão educacional, social e produtiva, oferecendo cursos de qualificação, técnicos de nível médio e ensino fundamental e médio integrado.

A ação visa beneficiar mulheres com mais de 16 anos que enfrentam condições socioeconômicas desafiadoras ou desfavoráveis, incluindo pobreza, baixa escolaridade, violência ou arrimo familiar, valorizando a diversidade de raça, etnia, gênero e deficiência, entre outros aspectos.

Lançado oficialmente pela Portaria 725/2023, o Mulheres Mil atua por meio da rede federal, estadual e municipal, com bolsas de estudo, assistência para transporte e alimentação, buscando empoderar, reduzir desigualdades de gênero e fortalecer a autonomia das participantes.

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