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Rio Branco,17/06/2025

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Justiça condena Nego Di a mais de 11 anos por estelionato em vendas online

mixvale.com.br
Justiça condena Nego Di a mais de 11 anos por estelionato em vendas online Nego Di - Foto: Reprodução TV globo

A Justiça do Rio Grande do Sul condenou o influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, e seu sócio, Anderson Bonetti, a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por estelionato, em decisão publicada nesta terça-feira, 10 de junho de 2025. O caso envolve a loja virtual Tadizuera, que operou entre março e julho de 2021, enganando pelo menos 16 vítimas em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, com promessas de entrega de produtos como televisões, smartphones e aparelhos de ar-condicionado a preços abaixo do mercado. Os itens nunca foram entregues, e os clientes não receberam reembolso. A investigação revelou um esquema que movimentou cerca de R$ 5 milhões, causando prejuízos significativos a consumidores. A juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet destacou a gravidade do crime, que explorou a credibilidade de Nego Di como influenciador para atrair vítimas.

O caso ganhou repercussão nacional devido à popularidade do humorista, que alcançou fama após participar do Big Brother Brasil em 2021. As autoridades apontaram que a loja virtual foi estruturada para enganar consumidores, sem estoque para cumprir as vendas anunciadas. A decisão judicial reforça a necessidade de maior fiscalização no comércio eletrônico.

Nego Di
Nego Di – Foto: reprodução
  • Vítimas lesadas: Pelo menos 16 pessoas em Canoas foram diretamente afetadas, mas o número total pode ser maior.
  • Produtos anunciados: Televisões, smartphones e aparelhos de ar-condicionado eram oferecidos com descontos atraentes.
  • Período da fraude: A Tadizuera operou entre 18 de março e 26 de julho de 2021.
  • Movimentação financeira: Contas ligadas à loja registraram transações de R$ 5 milhões.

A condenação de Nego Di e Bonetti marca um capítulo importante na luta contra fraudes online, mas também levanta questões sobre a confiança em influenciadores digitais. A defesa de Nego Di informou que pretende recorrer da decisão, enquanto a representação de Bonetti não se pronunciou até o momento.

Detalhes do esquema fraudulento
A loja virtual Tadizuera foi criada com a promessa de oferecer produtos eletrônicos a preços significativamente mais baixos que os praticados no mercado. Nego Di, com mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais na época, utilizava sua influência para promover as ofertas, garantindo a entrega dos itens. No entanto, as investigações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul revelaram que a empresa não possuía estoque suficiente para atender os pedidos. A juíza responsável pelo caso descreveu o esquema como um plano meticulosamente organizado, voltado para enganar consumidores, especialmente aqueles com menor poder aquisitivo, que buscavam bens essenciais a preços acessíveis.

Os clientes, atraídos pelas promoções, realizavam pagamentos, mas não recebiam os produtos. Em alguns casos, a loja enviava e-mails prometendo estornos, solicitando dados bancários dos compradores. Porém, conforme relatos de vítimas, nenhum reembolso foi efetuado. A falta de respostas e a demora nas entregas levaram dezenas de consumidores a registrar boletins de ocorrência, o que desencadeou a investigação policial.

Trajetória de Nego Di e a confiança dos seguidores
Dilson Alves da Silva Neto, conhecido pelo apelido Nego Di, construiu uma carreira como humorista e influenciador digital antes do escândalo. Natural de Porto Alegre, ele ganhou projeção nacional ao participar do BBB 21, embora tenha sido eliminado na terceira semana com alta rejeição. Sua popularidade nas redes sociais, onde compartilhava vídeos humorísticos e comentários sociais, foi um fator determinante para o sucesso inicial da Tadizuera.

A confiança depositada pelos seguidores no influenciador foi um dos pilares do esquema, segundo a Polícia Civil. Muitos consumidores, ao verem as promoções divulgadas por Nego Di, acreditaram na legitimidade da loja. A investigação apontou que o humorista não apenas promovia os produtos, mas tinha conhecimento da impossibilidade de cumprir as entregas, o que agravou sua responsabilidade no caso.

  • Popularidade explorada: Nego Di usava sua base de milhões de seguidores para dar credibilidade às vendas.
  • Estratégia de preços: Ofertas como TVs de 65 polegadas por R$ 2,1 mil atraíam consumidores.
  • Ausência de estoque: A loja não possuía produtos suficientes para honrar os pedidos.

Histórico de Anderson Bonetti
Anderson Bonetti, sócio de Nego Di na Tadizuera, já tinha um histórico de envolvimento em atividades ilícitas antes do caso. Em 2022, ele foi preso na Paraíba por outro golpe de estelionato, relacionado a uma empresa de rastreamento veicular. Na ocasião, Bonetti, que atuava como representante legal, apropriou-se de valores que deveriam ser usados para pagamentos, cancelando contratos e utilizando o dinheiro para proveito próprio. Apesar da prisão, ele foi liberado após um habeas corpus.

No caso da Tadizuera, Bonetti foi apontado como o mentor operacional do esquema, responsável pela estruturação do site e pela gestão financeira. Sua expertise em tecnologia e operações cibernéticas foi destacada pela Polícia Civil como um elemento central na execução da fraude. Após a prisão de Nego Di em julho de 2024, Bonetti permaneceu foragido até ser capturado em Bombinhas, Santa Catarina, dias depois.

Cronologia do caso
O caso da Tadizuera seguiu uma trajetória marcada por denúncias, investigações e decisões judiciais. A loja começou a operar em março de 2021, atraindo consumidores com preços promocionais. Três meses depois, em julho, a Justiça determinou que o site fosse retirado do ar devido às crescentes reclamações.

  • Março de 2021: Início das operações da Tadizuera, com Nego Di promovendo produtos nas redes sociais.
  • Julho de 2021: Justiça ordena a suspensão da loja virtual após denúncias de não entrega.
  • Julho de 2024: Nego Di é preso em Florianópolis, e Bonetti é capturado dias depois em Bombinhas.
  • Junho de 2025: Justiça condena ambos a 11 anos e 8 meses de prisão por estelionato.

A quebra de sigilo bancário revelou que, durante o período de operação, a Tadizuera movimentou R$ 5 milhões, com o dinheiro sendo transferido para diversas contas. A ausência de estoque e a falta de reembolsos confirmaram a intenção fraudulenta dos acusados.

Reações das vítimas
As vítimas do esquema, muitas delas de Canoas, relataram prejuízos financeiros e emocionais. Um morador de Pelotas, por exemplo, contou à imprensa que fez um empréstimo de R$ 30 mil para comprar 33 aparelhos de ar-condicionado, planejando revendê-los. A não entrega dos produtos o deixou endividado e sem perspectivas de recuperação do valor investido.

Outro cliente, que adquiriu dois smartphones e outros eletrodomésticos, descreveu à CNN como o prazo de entrega de 50 dias foi usado para atrair mais compradores, enquanto a loja continuava a operar sem cumprir as promessas. A frustração das vítimas foi agravada por vídeos em que Nego Di aparecia debochando da situação, sugerindo que os consumidores eram responsáveis por suas perdas.

Papel da justiça no caso
A decisão da juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal de Canoas, foi fundamentada em um conjunto robusto de provas, incluindo documentos, transações financeiras e depoimentos de vítimas. A magistrada destacou a “lesividade social altíssima” do crime, que atingiu pessoas de baixa renda em busca de produtos essenciais.

A condenação de 11 anos e 8 meses em regime fechado reflete a gravidade do caso, mas a defesa de Nego Di já sinalizou que recorrerá da sentença. A ausência de manifestação da advogada de Bonetti até o momento deixa incertezas sobre os próximos passos de sua defesa.

Fraudes no comércio eletrônico
O caso da Tadizuera não é isolado no cenário do comércio eletrônico brasileiro. Nos últimos anos, o aumento das compras online tem sido acompanhado por um crescimento nas fraudes. Especialistas apontam que a falta de regulamentação rigorosa e a facilidade de criar lojas virtuais contribuem para a proliferação de golpes.

A Polícia Civil reforçou a importância de os consumidores verificarem a reputação de lojas antes de realizar compras, especialmente quando os preços parecem muito abaixo do mercado. Ferramentas como o Procon e sites de reclamações podem ajudar a identificar empresas suspeitas.

  • Dicas para compras seguras:
    • Pesquisar a reputação da loja em plataformas como Reclame Aqui.
    • Desconfiar de preços excessivamente baixos.
    • Verificar a existência de canais de atendimento confiáveis.
    • Evitar pagamentos por transferência bancária sem garantias.

Outras investigações envolvendo os réus
Além do caso da Tadizuera, Nego Di e Bonetti enfrentam outras acusações. O influenciador foi alvo de uma operação do Ministério Público em julho de 2024 por suspeita de lavagem de dinheiro em rifas virtuais, prática proibida. Ele também foi condenado em 2024 por difamação e injúria contra a deputada Luciana Genro, com pena convertida em prestação de serviços comunitários.

Bonetti, por sua vez, é réu em uma ação de 2020, acusado de desviar R$ 30 milhões de uma metalúrgica em operações com criptomoedas. Embora sua defesa alegue que ele foi vítima de um hacker, o caso segue em andamento e reforça seu histórico de envolvimento em crimes financeiros.

Próximos passos judiciais
Com a condenação publicada, o caso da Tadizuera entra em uma nova fase. A possibilidade de recurso por parte da defesa de Nego Di pode prolongar o processo, enquanto as vítimas aguardam por eventuais ressarcimentos. A transferência de Bonetti para a Penitenciária de Canoas, após sua prisão em 2024, indica que ambos permanecerão detidos enquanto os trâmites judiciais seguem.

A investigação sobre a lavagem de dinheiro obtido com a Tadizuera também está em curso, com a Polícia Civil analisando a possibilidade de que os réus tenham utilizado os valores em outras operações ilícitas. O desfecho dessas apurações pode resultar em novas acusações e penas.





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