Lula libera R$ 776 milhões em emendas parlamentares em meio à crise do IOF
Entre os dias 12 e 19 de junho, os empenhos cresceram em R$ 682,8 milhões

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empenhou R$ 776 milhões em emendas parlamentares desde o início de junho. Somente nesta quinta-feira (19), foram liberados R$ 108 milhões, segundo dados do Siop (Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento). Entre os dias 12 e 19 de junho, o crescimento dos empenhos chegou a R$ 682,8 milhões.
A movimentação acelerada ocorre em meio à pressão no Congresso contra o decreto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que aumentou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O tema divide o Legislativo, com forte resistência da oposição.

A liberação de emendas parlamentares em momentos estratégicos é uma prática recorrente de governos para garantir apoio político. No entanto, especialistas criticam a previsibilidade e a transparência da aplicação desses recursos, especialmente quando vinculados a pautas sensíveis.
O que são emendas parlamentares?
As emendas parlamentares são indicações feitas por deputados e senadores para destinar parte do orçamento federal a projetos e ações em seus redutos eleitorais. O primeiro passo é o empenho, quando o governo reserva o valor. Depois, ocorre a liquidação, que comprova a entrega do serviço ou produto. Por fim, é feito o pagamento.
Governo tenta preservar base aliada
A aprovação do regime de urgência ao Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/2025, que visa derrubar o Decreto 12.499/2025, responsável por aumentar o IOF sobre investimentos isentos, como LCI, LCA e debêntures incentivadas, foi vista como derrota do governo. O texto agora pode ir direto ao plenário, sem passar por comissões.
A oposição comemorou. O senador Rogério Marinho (PL-RN) acusou o governo de falta de articulação e cobrou reformas estruturantes.

Já o governo, por meio do líder no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), minimizou o impacto da votação e afirmou que as negociações continuam por meio da Medida Provisória 1.303/2025. A proposta do Executivo é manter a arrecadação para não comprometer as emendas parlamentares no segundo semestre.
*Com informações de R7
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