‘É o esporte aéreo mais seguro’, diz balonista após tragédia da queda de balão em Praia Grande
Com mais de 40 mil voos desde 2017 no município, prática tem índice de acidentes inferior a 0,002%

Diante da recente tragédia da queda de balão em Praia Grande, no Extremo Sul de Santa Catarina, que abalou todo o estado, a segurança e a regularização dos voos entrou em pauta. Autoridades se reuniram, na manhã desta segunda-feira (23), para debater o assunto.
Em entrevista à NDTV RECORD, o campeão brasileiro de balonismo, João Justo, afirmou que a prática é considerada o esporte aéreo mais seguro que existe. Com um piloto habilitado, os turistas são levados para voar e contemplar uma experiência que une beleza, aventura e responsabilidade.
Após queda de balão em Praia Grande, especialista destaca dados e alertas
Segundo Justo, que também atua em Praia Grande, os acidentes no balonismo são extremamente raros. “É importante lembrar que são realizados mensalmente cerca de 400 voos. A quantidade de pessoas a gente não consegue nem estimar, porque são diferentes tamanhos de balões”, explica.
“São em torno de cinco mil voos anuais e mais de 40 mil voos de balão realizados desde 2017 na cidade. Isso representa, para os acidentes com vítima, uma porcentagem de 0,002%, é uma margem muito pequena”, destaca.

Acidentes como o da manhã de sábado (21) jamais foram vistos no município. Agora, o próximo passo é a investigação rigorosa para identificar as causas da tragédia, bem como possíveis responsáveis.
“Essa investigação está acontecendo. O Estado de Santa Catarina está nos ajudando muito com a questão técnica para apuração dos fatos”, disse o prefeito Elisandro Machado, conhecido como Fanica.
Habilitação necessária para pilotar balões
Para se tornar balonista, é necessário seguir alguns passos técnicos e legais. No Brasil, essa formação é regulamentada pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).
“Todo piloto de balão passa por uma formação. São feitas aulas práticas com um piloto instrutor e um exame final com um piloto checador, que só tem em São Paulo”, ressalta Justo.
Além disso, o piloto passa por exames médicos para obter o CMA (Certificado Médico Aeronáutico). O certificado médico é feito a cada três anos. Depois dos 40 anos, é realizado uma vez ao ano.
Para os interessados em voar de balão, o balonista faz um alerta. “É importante que as pessoas tenham ciência de sempre pesquisar com que empresa vão voar, qual o histórico, a procedência. Também, não ter vergonha de pedir para ver a habilitação do piloto. Nós realizamos um trabalho muito sério, não é uma brincadeira”, conclui.
Detalhes da queda de balão em Praia Grande
O que deveria ser um dia lindo de passeio se transformou em tragédia, no sábado (21), após a queda de um balão que causou a morte de oito pessoas em Praia Grande, no Extremo Sul de Santa Catarina. No total, 21 passageiros estavam a bordo e 13 conseguiram se salvar.

Os mortos na queda de balão em Praia Grande são:
- Leandro Luzzi, 33 anos;
- Andrei Gabriel de Melo, 34 anos;
- Leane Elizabeth Herrmann, 70 anos;
- Janaina Moreira Soares da Rocha, 46 anos;
- Everaldo da Rocha, 53 anos;
- Juliane Jacinta Sawicki, 36 anos;
- Leise Herrmann Parizotto, 37 anos;
- Fabio Luiz Izycki, 42 anos.
Conforme apurado pelo portal ND Mais, o balão que caiu tinha capacidade para carregar até 27 pessoas ou 2.875 kg.
A investigação para apurar a causa do acidente e identificar se houve crime, seja por negligência ou intencional, iniciou tão logo as autoridades acessaram o local. O inquérito, conduzido pela Polícia Civil, tem até 30 dias para ser concluído, com possibilidade de prorrogação por mais 30.
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