Egito e milícias da Líbia bloqueiam marcha global a Gaza



“A Marcha Global para Gaza pede a libertação de todos os participantes detidos. Dois coordenadores internacionais foram detidos ilegalmente no final de semana e processados para deportação”, disse, em nota, a organização do protesto.
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A brasileira Adriana Machado, do Partido da Causa Operária (PCO), viajou para a manifestação, mas contou à Agência Brasil que a marcha foi proibida de seguir viagem pelas forças de segurança do Egito, que prendeu e deportou muitos ativistas.
“Muitas pessoas que estavam no posto de checagem, no meio da estrada, ainda estão desaparecidas. No nosso hotel em Ismalia, tentamos ir a um restaurante e policiais armados interrogaram nosso motorista de táxi. Quando perguntamos o que estava acontecendo, eles falaram que poderíamos voltar para o Cairo ou para o aeroporto. Qualquer outro lugar, seríamos presos”, disse a brasileira, que saiu ontem do Cairo.
Um dos principais organizadores da manifestação, Saif Abukeshek, afirmou que outras iniciativas serão realizadas fora do Egito devido às condições impostas pelo governo do país árabe.
"Nosso movimento global para acabar com o genocídio do povo palestino não será dissuadido. Mais ações e iniciativas já estão em andamento”, disse Abukeshek.
Israel pediu que o Egito impedisse que os manifestantes marchassem até a fronteira com Gaza e, na última sexta-feira (11), ao menos 200 pessoas já haviam sido deportadas. O governo do Egito exigia que os manifestantes tivessem autorização do país para participar da marcha. Já a organização informou que vinha solicitando todas as permissões exigidas.
O chamado comboio Sumood, que saiu em caravanas de países do Norte da África – como Tunísia, Marrocos, Argélia, Mauritânia e Líbia – informou que foram impedidos de seguir viagem até o Egito devido à atuação das milícias Khalifa Haftar’s que controlam o leste da Líbia.
“O comboio foi parado, perseguido e teve vários membros detidos por essas milícias apoiadas por Israel e pelos Emirados Árabes Unidos. Em contraste, o comboio recebeu total apoio e acolhida pelas comunidades no oeste da Líbia, que demonstraram solidariedade e ofereceram ajuda logística”, disse, em comunicado, a organização do protesto.
Um dos organizadores informou que, por enquanto, a prioridade é a libertação dos 13 detidos, incluindo líbios, argelinos e tunisianos. “O comboio avançará em breve para o último ponto seguro perto da fronteira, onde espera estabelecer uma base de resistência firme”, concluiu o informe.
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