Governador defende alternativas sustentáveis como pilares do desenvolvimento econômico do Acre

O governador do Acre, Gladson Camelí, participou, na manhã desta quinta-feira, 22, em Rio Branco, da abertura das sessões de trabalhos técnicos da 15ª Reunião da Força-Tarefa do Fundo Verde para o Clima (GCF Task Force, Green Climate Fund em inglês). Em seu discurso, o chefe de Estado e presidente da GCF destacou que este é o momento de os olhos se voltarem ao protagonismo do Acre e da Amazônia na área do desenvolvimento sustentável e bioeconomia.

“A Força-Tarefa tem, entre suas missões, a de garantir diálogo e, sobretudo, resultados das nossas estratégias subnacionais para ascensão da nova economia florestal, e dessa maneira destacar a liderança e o protagonismo das nossas ações pela defesa do meio ambiente, traduzindo discursos em práticas e geração de oportunidades econômicas para a sobrevivência humana”, disse.
Todos os debates e tratativas dos representantes de 43 estados subnacionais de 11 países, responsáveis por mais de um terço das florestas tropicais do planeta, serão levados a discussões da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém (PA), em novembro.
Na quarta-feira, 22, comitivas da GCF Task Force estiveram em diversas rotas pelo Alto Acre e também na capital, conhecendo modelos que unem preservação e progresso econômico, oportunidade que representa, com mais precisão, como é viver na Amazônia.
Camelí também enfatizou que este é um momento para um intercâmbio fundamental e que as melhores pautas sejam tratadas na COP30: “Agradeço a presença de todos os governadores que visitam o Acre e aqui estão para contribuir significativamente para as discussões acerca do tema da Nova Economia Florestal em cada um dos seus estados e, desta maneira, influenciar suas regiões com a consciência ambiental que tanto buscamos”.

Comunidades fortalecidas e com vozes
O governante complementou dizendo ainda que essa colaboração que reúne parceiros governamentais, privados e da sociedade civil organizada, entre eles o consórcio interestadual de desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal, tem fortalecido a atuação de organizações indígenas e de comunidades tradicionais, tornando-as as vozes para implementação de princípios orientadores da GCF no Brasil.
“Além do papel de conscientizador, todos nós que fazemos parte dessa aliança global que visa consolidar a economia de base florestal precisamos apresentar resultados dos trabalhos técnicos realizados ao longo das nossas reuniões, projetando a atuação da força-tarefa de governadores para a COP30”, frisou.
O governador ressaltou ainda que o uso sustentável dos recursos naturais não se limita a discursos ou narrativas para impressionar parceiros e financiadores, mas a uma verdadeira mudança de mentalidade e comportamento humano que nasça de um espírito colaborativo e comprometido com a sobrevivência das atuais e futuras gerações.
“Se a Nova Economia Florestal, assim como toda alternativa de subsistência do homem, vem da terra e de seus elementos, é necessário assumirmos a liderança que compete a cada um de nós, e assim fomentarmos os eixos da bioeconomia, a restauração de áreas degradadas, a infraestrutura natural e a intensificação produtiva, posicionando cada um dos membros da força-tarefa da GCF na vanguarda de um modelo inovador, próspero e permanente para todo o mundo”, disse.

O reconhecimento do território, para o governador, é uma forma de fazer com que as pessoas vivam a experiência e saibam, de fato, como abordar as principais questões. Além disso, a troca de informações deve respaldar os debates essenciais. “Temos que listar pautas exequíveis, para que possamos vencer os desafios, além de preservar o meio ambiente e criar oportunidades”, destacou.
A vice-governadora Mailza Assis lembrou que o Acre é conhecido internacionalmente por práticas sustentáveis e definiu o momento como um dos mais importantes do estado. “É fundamental para que todas nossas práticas, belezas e riquezas sejam apresentadas, claro, sem esquecer as dificuldades, para pensarmos estratégias para combatê-las. Nós temos uma rica biodiversidade e, acima de tudo, queremos mostrar nosso cuidado social com as pessoas que habitam nossas florestas, nossos rios”, pontuou.
Engajamento
O líder do projeto internacional da Força-Tarefa, William Boyd, define o Acre como líder na construção de uma economia em comunhão com a floresta. Em sua fala, disse que o próximo encontro será na Colômbia e pediu que cada participante se empenhe nas discussões: “Compartilhem sugestões. Tenham uma atividade, uma presença forte, para que possamos ‘levar isso no bolso de vocês’ daqui pra frente. E também teremos uma sessão de alto nível, uma plenária, onde teremos discussões para saber como intensificar essa economia florestal”.

Boyd também agradeceu ao governador pela recepção e reforçou como é sempre bom estar no Acre, já que esta é sua terceira vez no estado: “Estamos muito contentes de estarmos de volta. Governador, obrigado por sua hospitalidade e governança.”
O evento segue até esta sexta-feira, 23, com a abertura do segmento de alto nível da GCF e o encerramento dos trabalhos técnicos.
“A gente está fortalecendo o diálogo e as parcerias, como foi bem dito pelo governador. É um momento de integração, de discutir os problemas e encontrar soluções. Amanhã, durante o evento, vão ser anunciadas algumas cartas e também alguns acordos pelos países, no ponto de vista de integração”, explicou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho.

O governador do Departamento Autônomo do Beni (Bolívia), José Alejandro Shiriqui, acredita que este momento é importante para que todos os países vizinhos ajustem ações e políticas públicas, com o intuito de amenizar os impactos das mudanças climáticas.
“Sempre digo, nos meus simpósios, que o ser humano se preocupa em gastar muito dinheiro em viagens espaciais, em conquistas de outros planetas, mas estamos destruindo o único planeta que é nosso, que tem vida, que é a Terra. Hoje temos a necessidade, principalmente, de tomar ações decisivas contra incêndios provocados e o desmatamento”, disse.
Shiriqui defendeu também que a educação ambiental seja ainda mais fortalecida nas escolas desde o início do aprendizado, para que sejam formados, cada vez mais, cidadãos conscientes.
“É necessário uma ação conjunta de todos os governadores e autoridades de departamentos municipais e estaduais, além dos nacionais, para que possamos proporcionar um futuro melhor para a humanidade”, convidou.
Estandes
Para mostrar alguns dos potenciais turísticos locais, o governo está com dois estandes nas imediações do Teatro da Universidade Federal do Acre (Ufac), onde é realizado o evento, expondo o artesanato local sustentável, um das veias mais fortes da bioeconomia na região. Também há um espaço que apresenta um dos principais pontos turísticos do Acre, a Serra do Divisor, onde a pessoa pode usar óculos de realidade virtual que a transportam àquele parque nacional.
O governador Gladson Camelí aproveitou a oportunidade para visitar e vivenciar todas as experiências nos demais estandes, onde há a presença de organizações ambientais e representantes de cada país presente durante o evento.








































































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